quarta-feira, 1 de abril de 2009

Soneto de Fidelidade



De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.




Vinicius de Moraes

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